Dívida da PEC pode chegar a 81,8% do PIB até 2026, diz Tesouro

 

Expansão de gastos deve adiar retorno do superávit sustentado da conta do governo federal em pelo menos quatro anos


Dívida da PEC pode chegar a 81,8% do PIB até 2026, diz Tesouro



O Movimento pela Emenda à Proposta de Constituição aumentaria os gastos do governo em R$ 193,7 bilhões em 2023. Isso elevaria a dívida nacional em 8,1 pontos percentuais, passando de 71,8% do PIB para 81,8% no ano de 2026, quando termina Lula da Silva seu mandato como presidente. Esses cálculos são do Tesouro Nacional e estão disponíveis no segundo relatório de previsão fiscal na sexta-feira, 16 de março.

 

O valor de referência utilizado pelos políticos é o texto aprovado pelo Senado. Isso porque o Tesouro ainda precisa redigir a versão do projeto da Câmara. Atualmente, o Tesouro baseou seus cálculos em gastos de R$ 168 bilhões, o que representa um aumento de R$ 145 bilhões sobre a inflação. Além disso, eles planejam financiar gastos adicionais com o Bolsa Família e aumentar os gastos além das restrições fiscais neste ano.

 

Além dos limites de gastos da PEC, o Tesouro considera outras exceções. Isso inclui recursos provenientes dos fundos Pasep e PIS, bem como receitas de instituições federais de ensino. O Tesouro projeta um impacto maior do que os limites impostos pela Pec. O combinado estimado pelos dois departamentos é de R$ 30,6 bilhões.

 

Quando o Tesouro utilizou os dados de um cenário de referência, a dívida bruta do país passou de 73,7% para 79,1% em 2026. A utilização da PEC resulta em uma dívida que fecha em 2018 em 73,9% e sobe para 81,8% em 2026.

 

Excedente


O relatório estima que o governo federal terá um superávit de US$ 0,4 bilhão em suas contas até 2022. Isso ocorrerá por causa do aumento de gastos que se estende além de quatro anos.

 

O Tesouro vê a previsão financeira de uma década como difícil. O relatório afirmou que uma nova legislação fiscal era necessária devido aos perigos apresentados pelo próximo período de tempo. Este conselho foi dado devido à necessidade de aumento de receita ou diminuição de despesas.